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A ourivesaria portuguesa é tão rica nas suas peças e desenhos como nas suas histórias e tradições! Quem se cruzou com esta arte sabe que é impossível não se apaixonar e deixar-se render pelas suas belezas, sendo que conhecer a história de cada peça é uma parte desse amor que só tende a crescer. Hoje falamos-lhe dos Brincos à Rainha e dos Brincos à Rei.
Quando pensamos em brincos portugueses é o design dos conhecidos como Brincos à Rainha que preenchem o nosso imaginário. Estes são considerados os mais aparatosos brincos do ouro popular e eram os mais usados no século passado, tanto nos dias de festa como nos desfiles etnográficos, sendo que hoje em dia o seu uso cresceu nos contextos mais quotidianos. Os Brincos à Rainha, que possuem algumas variações, são ornatos oitocentistas e são compostos por peças recortadas e vazadas, articuladas por argolins, apresentam uma forma arredondada e cheia e, no centro, exibem uma peça circular, também articulada. As suas simbologias são variadas, estando intimamente relacionadas com o feminino, sendo que essa peça central procura relembrar o filho no ventre da sua mãe.
Mas qual é a diferença entre os Brincos à Rainha dos Brincos à Rei?
Ao contrário dos Brincos à Rainha, os Brincos à Rei exibem um formato mais esguio, o que lhes retira volume em relação à sua versão “feminina”, tornando-se menos aparatosos numa derivação mais discreta e elegante, de aspeto alongado e fino, compostos por três partes: a superior, média e a terminal. Na parte intermédia, o pequeno e bamboleante pingente que encontramos nos Brincos à Rainha, foi substituído por uma forma de laço, inspirada na tradicional laça ou laçada.
Ambos são belos, perfeitos exemplos desta arte nacional e, mesmo nascidos há 200 anos atrás, continuam a ser peças que se adaptam perfeitamente aos gostos contemporâneos, e assim se manterá por, no mínimo, mais 200 anos!
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